A diretoria do Cuiabá apresentou, nesta segunda-feira, documentos que comprovam que o Banco Inter, instituição ligada ao empresário Rafael Menin — um dos acionistas da SAF do Atlético-MG — foi formalmente notificado e respondeu à reclamação protocolada pelo clube no Banco Central. A medida do time mato-grossense é uma resposta às declarações recentes de Menin, que afirmou que a demanda do Cuiabá seria “inverídica”.
A manifestação do dirigente atleticano ocorreu no último sábado, na qual ele declarou que “não houve notificação oficial ou trâmite junto ao Banco Central” em relação à contestação movida pelo Cuiabá. No entanto, as imagens obtidas com exclusividade pelo ge mostram o contrário.
Em ofício com papel timbrado do Banco Inter, endereçado ao Cuiabá Esporte Clube, consta a confirmação de que a instituição financeira foi notificada por meio do Canal da Reclamação do Banco Central, sob o código de manifestação 2025483456 e protocolo de ouvidoria 250519215032331.
O documento tem como assunto a “Resposta à notificação – Suposta infração à Resolução CMN nº 4.970/2021”. O Banco Inter respondeu formalmente à reivindicação apresentada pelo clube mato-grossense. A instituição é ligada ao acionista do Atlético-MG, Rafael Menin. O teor da resposta, no entanto, não foi divulgado.
A resposta ao processo foi registrada no sistema do Banco Central no dia 2 de junho de 2025, às 18h30 — exatamente dentro do prazo estabelecido pelo órgão, conforme demonstrado no portal de acompanhamento de demandas do BC.
Na tela do sistema oficial do Banco Central, cujo acesso é liberado a qualquer usuário, é possível visualizar o andamento da demanda registrada sob o número 2025/483456, vinculada ao CNPJ do Cuiabá Esporte Clube.
O histórico detalha que a reclamação foi formalmente registrada no dia 19/05/2025, posteriormente encaminhada à instituição reclamada, o Banco Inter, e respondida dentro do prazo estabelecido, o que resultou no encerramento do acompanhamento da demanda pelo órgão regulador.
O caso Deyverson e os bastidores
O imbróglio entre Cuiabá e Atlético-MG tem como pano de fundo a contratação do atacante Deyverson pela SAF atleticana, sem o pagamento das dívidas previamente existentes com o clube mato-grossense.
O Cuiabá recorreu ao Banco Central alegando que o Banco Inter, enquanto acionista relevante da SAF atleticana, estaria cometendo supostas infrações à resolução nº 4.970 do Conselho Monetário Nacional, que trata da relação de instituições financeiras com empresas sob seu controle ou influência.
A manifestação do Cuiabá ainda motivou uma apuração formal do Banco Central, como revelado em reportagem do ge no dia 29 de maio. Na ocasião, o processo estava sob análise e que o prazo de resposta por parte da instituição acusada — no caso, o Banco Inter — ia até o dia 2 de junho.
Agora, a expectativa gira em torno do posicionamento do Banco Central quanto ao mérito do caso. Caso as alegações do Cuiabá sejam acatadas, o episódio pode abrir precedentes no que diz respeito à responsabilidade de instituições financeiras que investem em SAFs sem sanar pendências anteriores do clube investido.